É indiscutível que os meios de provas na área do Direito estão se modernizando cada vez mais, principalmente os meios digitais que antes não eram aceitos, porém fica o questionamento: usar o histórico de geolocalização do celular do trabalhador como prova é uma facilidade ou invasão de privacidade?
A Justiça do Trabalho começou a aceitar a localização do celular como prova no intuito de decidir se o trabalhador tem direito ou não a horas extras.
Alguns juízes entendem que acessar o histórico de geolocalização do celular é uma invasão de privacidade, pois não há meio de ver somente quando o dono do celular estava no local de trabalho, já que é compartilhado todos os lugares em que a pessoa esteve, inclusive entendem que existem outros meios de comprovar a realização ou não de horas extras.
Já outros juízes concordam que é uma facilidade, pois mesmo que existam outros meios, como as testemunhas, a eficácia da prova digital é muito maior, além da precisão para conseguir comprovar se o trabalhador fez ou não hora extra.
A verdade é que existem outros meios de provas, como documentos e depoimentos de testemunhas, porém a legislação não estabelece hierarquia entre os tipos de prova, já que se o novo meio probatório, digital, fornece dados mais consistentes e confiáveis do que a prova testemunhal, não há porque sua produção não ser aceita.
Portanto, pode ser considerado uma facilidade, pois faz com que não se perca tempo no processo utilizando outros meios precários e duvidosos de comprovar se as horas extras foram feitas ou não, inclusive a medida não ofende a garantia constitucional de inviolabilidade das comunicações ou a LGPD, desde que os dados coletados estejam em sigilo, reservando a análise ás partes envolvidas no processo.
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